Ao lado do monarca caído em desgraça, seguia Dona Sarda Escalada Pápinokada, a viúva, inconsolável. Ao som de uma marcha triste e lenta, o desfile fúnebre partiu das instalações da Real Confraria do Carnaval de Torres Vedras e seguiu pelo Largo de São Pedro até à Praça da República, junto ao Monumento do Carnaval, terminando na praça em frente ao Tribunal da cidade.
Pelo caminho, o povo foi-se juntando, no adeus ao Rei. Com as Lúmbias à frente, o cortejo foi acompanhado pelas carpideiras a lamentar a inevitável execução do monarca. Real Confraria do Carnaval, Ministros, Fidalgos e outros elementos da "fauna carnavalesca" local, marcaram presença nesta tradição do Entrudo português.
Junto ao Tribunal da cidade, o povo juntou-se em massa. Largas centenas de pessoas quiseram despedir-se do Rei, apesar dos seus pecados e das suas falhas de governação.
Madona, Donald Trump e Cristiano Ronaldo foram algumas das figuras citadas durante o "julgamento", no qual também houve as habituais referências à política local e nacional.
Após a condenação, o Rei, cabisbaixo, rendido e derrotado, teve direito a uma última declaração e não podia ter sido mais claro. "Eu morro, mas o Carnaval de Torres vive para sempre", sentenciou, numa espécie de derradeiro decreto.
A sentença foi executada com a habitual queima do boneco representativo do Rei, pondo fim a um reinado de folia e de "loucura" carnavalesca que já vai deixando saudades.
Seguiu-se o sempre aguardado fogo-de-artifício, com o "Samba da Matrafona" em som de fundo.
O Carnaval mais português de Portugal regressa em 2019.
Antes, em junho, para os foliões mais saudosos, há o Carnaval de Verão de Santa Cruz.